A cafeicultura no Cerrado Mineiro passa por uma transformação revolucionária, com a nova geração de agricultores abandonando os métodos tradicionais em busca de cafés especiais. Essa mudança não só valoriza a qualidade, como também conquista prêmios e abre espaço no mercado global, ressaltando a importância da denominação de origem e combatendo fraudes.

Café do cerrado de Minas investe em jovens produtores para aprimorar qualidade e fortalecer sua marca.

Créditos e Referência da Imagem

Evolução da Cafeicultura no Cerrado Mineiro

Cinco décadas após o início da cafeicultura no Cerrado Mineiro, um novo cenário emerge. Agricultores da nova geração buscam se desvincular das práticas tradicionais em busca de um espaço no promissor mercado de cafés especiais. Essa vertente se caracteriza por um crescimento acelerado, em contraste com o segmento de café commodity, que historicamente dominou a região.

A Transição do Café Commodity para os Cafés Especiais

Nos últimos anos, a maioria dos produtores se concentrava na produção de café de qualidade inferior, conhecido como café commodity. Entretanto, com a ascensão dos cafés gourmet, filhos de antigos fazendeiros começaram a adotar métodos que priorizam a qualidade do produto. Essa mudança não é apenas uma tendência; é uma estratégia consciente para se posicionar melhor no mercado global.

Resultados Visíveis

  • Prêmios e Reconhecimento:

    • Os esforços na produção de cafés especiais resultaram em prêmios significativos.
    • A crescente notoriedade traz novos compradores internacionais, permitindo aos produtores venderem seus cafés por preços superiores à média.
  • Case Inspirador: Gabriel Nunes

    • Idade: 34 anos
    • Formação: Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa
    • Exportação: 80% da produção da fazenda é destinada ao exterior, com foco em:
      • Europa
      • Estados Unidos
      • Rússia
      • Austrália
      • Japão
      • Coreia do Sul

Uma das principais conquistas foi a vitória no Cup of Excellence em 2017, um dos mais credenciados concursos de qualidade do setor, destacando a região no segmento gourmet.

Incentivos e Proteções para o Produto

As transformações na cafeicultura não são apenas reações naturais ao mercado, mas sim parte de um projeto estratégico delineado pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro. A busca por reconhecimento levou à introdução de um selo de denominação de origem, que visa proteger tanto o produto quanto os produtores locais.

O Que é a Indicação Geográfica?

As Indicações Geográficas (IG) são selos que atestam a qualidade e a procedência de um produto: - Indicação de Procedência (IP): Relaciona-se à região conhecida por ser um centro de produção. - Denominação de Origem (DO): Refere-se a produtos cuja qualidade é influenciada pelo meio geográfico.

Esse selo é fundamental para garantir não apenas a qualidade do café, mas também para proteger a cultura e as tradições dos produtores locais. Desde 2013, o café do Cerrado Mineiro conta com essa proteção!

Campanha contra Fraudes

Em julho deste ano, os cafeicultores lançaram uma campanha contra fraudes relacionadas à origem do café. Casos têm surgido em que certas empresas alegam que seus produtos originam do Cerrado Mineiro, quando na verdade são misturas de grãos de diferentes regiões.

"O selo, ao certificar a origem do produto, assegura a qualidade e protege os produtos e as tradições locais," afirma Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação.

Abrangência da Denominação de Origem

  • Área Protegida: Aproximadamente 4.500 produtores
  • Municípios Abrangidos:
    • Patrocínio
    • Araxá
    • Patos de Minas
    • Monte Carmelo
    • Campos Altos
    • Coromandel
    • Uberlândia

O Impacto para a Comunidade

A mudança na abordagem da cafeicultura no Cerrado Mineiro não é apenas uma evolução econômica, mas também uma forma de revitalizar e valorizar a cultura local. Os esforços em direção à especialização oferecem novas oportunidades e visibilidade para produtores, colocando o Cerrado como um importante player no mercado global de cafés.


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FAQ Perguntas Frequentes

Quais são as principais mudanças na cafeicultura do Cerrado Mineiro?

Nos últimos cinquenta anos, a cafeicultura no Cerrado Mineiro passou por uma significativa transformação, onde a nova geração de agricultores tem se afastado das práticas tradicionais de produção de café commodity. Eles estão adotando métodos focados na qualidade para se inserir no promissor mercado de cafés especiais. Isso resultou em um aumento na produção de cafés gourmet e em um reconhecimento global da região.

O que caracteriza um café especial?

Um café é considerado especial quando é produzido com foco na qualidade, utilizando métodos de cultivo e processamento que garantem sabores e aromas distintos. Esses cafés geralmente recebem prêmios em competições de qualidade, como o Cup of Excellence, e são vendidos a preços superiores no mercado, o que os diferencia dos cafés commodity, que são de qualidade inferior.

Como o selo de denominação de origem protege o café do Cerrado Mineiro?

O selo de denominação de origem serve para garantir a qualidade e a procedência do café produzido no Cerrado Mineiro. Ele não apenas certifica que o produto possui características específicas devido à sua região de origem, mas também protege a cultura e as tradições dos produtores locais, assegurando que apenas os cafés verdadeiramente originários da região sejam comercializados sob esse selo.

Quem são os produtores que estão se destacando na nova cafeicultura?

Um exemplo é Gabriel Nunes, um jovem de 34 anos formado em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa. Ele tem realizado grandes avanços na produção de cafés especiais, exportando 80% de sua produção para mercados como Europa, Estados Unidos e Japão. Sua fazenda ganhou notoriedade internacional, especialmente após vencer o Cup of Excellence em 2017.

O que é a campanha contra fraudes lançada pelos cafeicultores?

A campanha contra fraudes visa combater empresas que alegam falsamente que seus produtos têm origem no Cerrado Mineiro, mas, na verdade, são misturas de grãos provenientes de outras regiões. O intuito é proteger a reputação e a credibilidade dos cafés do Cerrado, assegurando que apenas produtos autênticos sejam comercializados com o selo de origem.

Quais municípios estão envolvidos na denominação de origem do café do Cerrado Mineiro?

A proteção da denominação de origem abrange cerca de 4.500 produtores em diferentes municípios, incluindo Patrocínio, Araxá, Patos de Minas, Monte Carmelo, Campos Altos, Coromandel e Uberlândia. Essa abrangência ajuda a consolidar o Cerrado Mineiro como um centro de excelência na produção de cafés especiais.

Qual é o impacto da evolução da cafeicultura para a comunidade local?

A evolução da cafeicultura no Cerrado Mineiro resulta em benefícios significativos para a comunidade local, incluindo a valorização das tradições culturais e a abertura de novas oportunidades econômicas. A especialização na produção de cafés de alta qualidade não só eleva a visibilidade dos produtos, mas também coloca a região como um protagonista no mercado global de cafés especiais, promovendo um desenvolvimento sustentável para os agricultores locais.

Autor: Joyce Dias Webneder
Data de Publicação: 21/08/2024