Governo busca ativar termelétricas devido à escassez de chuvas e demanda elevada por energia.
Diante da escassez de chuvas que afeta hidrelétricas, o governo brasileiro negocia com a Neoenergia para antecipar a operação da Termopernambuco, usina a gás natural, visando garantir o fornecimento de energia em períodos de alta demanda. Medidas preventivas estão sendo implementadas para assegurar a segurança do abastecimento elétrico.
Créditos e Referência da Imagem
Negociações para Acelerar Operações da Termopernambuco
Antecedentes e Necessidade Atual
Em um esforço para assegurar o fornecimento de energia durante períodos de alta demanda, o governo brasileiro está em diálogo com a Neoenergia sobre a possibilidade de antecipar a operação da Termopernambuco, uma usina termelétrica que utiliza gás natural como fonte de energia. Essa iniciativa surge em um contexto de preocupações relacionadas à escassez de chuvas que afeta as grandes hidrelétricas do país.
Papel da Aneel e Demandas do MME
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está avaliando a definição de preços para a contratação de outras usinas térmicas que já estão interligadas ao sistema elétrico, mas que não possuem contratos ou valores de venda estabelecidos. Essa ação foi solicitada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), seguindo recomendações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
"Com as chuvas abaixo do esperado, há uma menor disponibilidade de recursos hidráulicos, especialmente na região Norte do país, cuja contribuição para o atendimento à ponta de carga é fundamental", ressaltou o ONS.
Desafios Hídricos e Energia Renovável
Em 2024, a energia natural afluente nos rios da região Norte apresenta índices críticos, com níveis em torno de 50% da média histórica entre junho e agosto. Isso indica uma queda significativa de 20 pontos percentuais em comparação ao ano anterior, que já era considerado abaixo da média.
Gráfico de Comparação de Energia Natural Afluente:
Período | Média Histórica | Média 2023 | Média 2024 |
---|---|---|---|
Junho - Agosto | 100% | 70% | 50% |
Segurança no Abastecimento
Embora o ONS tenha afirmado que não há risco de desabastecimento de energia, a demanda noturna gera desafios significativos, especialmente durante os meses de outubro e novembro, quando a produção de energia solar e eólica diminui. Para garantir que a oferta atenda à demanda, várias medidas estão sendo propostas:
- Aceleração da operação da Termopernambuco.
- Acionamento de térmicas sem contrato.
- Adiamento de manutenções de usinas até o término do período seco.
- Redução do uso de hidrelétricas da região Norte para preservar reservas.
Implementação de Medidas Preventivas
O ONS pontua que todas as ações propostas são de caráter preventivo e visam adequar o sistema às necessidades da população. Além disso, um novo programa de resposta à demanda está sendo desenvolvido, com o objetivo de incentivar grandes consumidores a reduzir o consumo elétrico durante horários de pico. Essa estratégia é apoiada também pela própria indústria, que se preocupa com o aumento dos custos ocasionados pela utilização das térmicas.
"Todas essas medidas adicionais são preventivas e tomadas justamente para atender à demanda da sociedade, não havendo risco de desabastecimento de energia", afirma o ONS.
Conclusão da Situação Atual
A Termopernambuco já foi autorizada, em um leilão de 2021, a operar com uma capacidade de 498 MW (megawatts), uma forma de assegurar energia adicional em períodos críticos. O governo e a Neoenergia manifestam interesse em acelerar a vigência do contrato, que inicialmente estava previsto para início em 2026, mas com intenção de iniciar operações já em outubro. Essas ações visam garantir que a população tenha acesso a um fornecimento de energia confiável, mesmo frente aos desafios impostos pela variabilidade climática.
FAQ Perguntas Frequentes
Qual é o motivo das negociações para antecipar a operação da Termopernambuco?
As negociações visam garantir o fornecimento de energia durante períodos de alta demanda, especialmente devido à escassez de chuvas que impacta as grandes hidrelétricas do Brasil. A antecipação da operação da Termopernambuco, que utiliza gás natural para geração de energia, é uma medida estratégica para manter um suprimento confiável.
O que está fazendo a Aneel em relação às usinas térmicas?
A Aneel está avaliando a definição de preços para a contratação de usinas térmicas que já estão interligadas ao sistema elétrico, mas que ainda não têm contratos estabelecidos. Essa ação foi solicitada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em resposta às recomendações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com o objetivo de mitigar os efeitos da escassez hídrica.
Como a situação das chuvas afeta a geração de energia no Brasil?
A situação das chuvas, especialmente na região Norte do Brasil, afetou severamente a energia natural afluente, que está em níveis críticos de cerca de 50% da média histórica. Essa diminuição reduz a disponibilidade de recursos hidráulicos, dificultando a geração de energia pelas hidrelétricas, que são fundamentais para atender a demanda.
Quais medidas estão sendo propostas para garantir o abastecimento de energia?
Para assegurar o abastecimento, várias medidas estão sendo implementadas. Entre elas estão a aceleração da operação da Termopernambuco, o acionamento de térmicas sem contrato, o adiamento de manutenções e a redução do uso de hidrelétricas na região Norte. Essas ações buscam garantir que a oferta de energia atenda à crescente demanda, especialmente durante o período de baixa produção de energia solar e eólica.
Existe risco de desabastecimento de energia no Brasil?
De acordo com o ONS, não há risco imediato de desabastecimento de energia. No entanto, a demanda noturna, principalmente entre outubro e novembro, pode criar desafios. As medidas preventivas em andamento, incluindo a aceleração das operações térmicas e um novo programa de resposta à demanda, são projetadas para garantir que as necessidades energéticas da população sejam atendidas continuamente.
Quais são os planos para a operação da Termopernambuco?
A Termopernambuco, que já foi autorizada a operar com uma capacidade de 498 MW, está em negociações para antecipar o início das suas operações, que estavam planejadas para 2026. Com as conversas em andamento, há a intenção de que a usina comece a operar já em outubro de 2024, ajudando a assegurar o fornecimento de energia à população durante períodos críticos.
Como o novo programa de resposta à demanda será implementado?
O novo programa de resposta à demanda está sendo desenvolvido para incentivar grandes consumidores a reduzir o consumo elétrico durante horários de pico. Essa estratégia visa não apenas garantir um suprimento mais confiável, mas também mitigar o impacto dos custos adicionais associados ao acionamento de térmicas. A indústria está apoiando essa iniciativa, ciente dos desafios que podem surgir devido ao aumento da demanda.
Autor: Joyce Dias Webneder
Data de Publicação: 20/08/2024